Mostrar mensagens com a etiqueta José Alberto Vasco. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta José Alberto Vasco. Mostrar todas as mensagens

# 4541



Há dias em que me falta a lua. E há instantes preciosos em que me surge aquela estrelinha no horizonte, feita luz e feita poema. Existo.

There are days when I miss the moon. And there are precious moments when that little star appears on the horizon, like light and like a poem. I exist.

Texto | Text: José Alberto Vasco
Fotografia | Photography: Sandra Fine

# 4323



Há dias em que acordamos mais tarde que o normal e com uma indescritível sensação de graciosidade, sentindo que o universo nos sorri e nos transforma o inverno em primavera. E isso é bonito, mesmo que chova em tudo quanto é sítio.

There are days when we wake up later than usual and with an indescribable feeling of grace, feeling that the universe is smiling at us and turning winter into spring. And that's beautiful, even if it rains everywhere.

Texto | Text: José Alberto Vasco
Fotografia | Photography: Concettina Rossitto

# 4285



Um postal para Madrid: És poetisa ao teu modo, tão subtil e tão cativante. És poesia. Poesia de sorriso e sentires. Inspiração plena de rosas.

A postcard to Madrid: You are a poet in your own way, so subtle and so captivating. You are poetry. Poetry of smile and feelings. Inspiration full of roses.

Texto | Text: José Alberto Vasco
Fotografia | Photography: Vlad Hrynko

# 4237



Revejo-me na translúcida cumplicidade entre o orvalho e a manhã, circulando tranquilamente entre flores, crenças e devaneios. Sobrevivo neste espaço ilusório entre vida e morte, subscrevendo-me a cada minuto neste meu pequeno mundo de maturidade pervertida. Rio-me de tudo e de nada.

I see myself in the translucent complicity between the dew and the morning, peacefully circulating among flowers, beliefs and daydreams. I survive in this illusory space between life and death, subscribing myself every minute in my little world of perverted maturity. I laugh at everything and nothing.

Texto | Text: José Alberto Vasco
Fotografia | Photography: Sverre Følstad

# 3937




Deste-me a mão e sorriste. E aqueles breves segundos salvaram-me a noite e a vida. Sempre residimos na fortuna desta ternura libertina de nos odiarmos. E assim continuamos a fugir de nós e do mundo. Até que a vida nos separe.

You gave me your hand and smiled. And those brief seconds saved my night and my life. We have always resided in the fortune of this libertine tenderness of hating ourselves. And so we continue to run away from ourselves and the world. Until life do us part.

Texto | Text: José Alberto Vasco
Fotografia | Photography: MaRu

# 3852




Ausento de mim os meus passos, caminhando entre a pulsão erótica e a definição herética. Iludo a morte, gritando o segredo das árvores na imensidão do vazio. Rio-me desta impossibilidade do silêncio, chorando vozes.

My steps are absent from me, walking between the erotic drive and the heretical definition. I elude death, screaming the secret of the trees in the immensity of the void. I laugh at this impossibility of silence, crying voices.

Texto | Text: José Alberto Vasco
Fotografia | Photography: Victoria Petlitskaya

# 3261



Os escritores não morrem, flutuam nos sentidos e nos sentires.

Texto: José Alberto Vasco
Fotografia: Sílvia Bernardino

# 3213



Espelhar-me na ebriedade dessa tua sofisticação de amores-perfeitos logo pela manhã salva-me o dia na universalidade do teu sorrir.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Ana Gilbert

# 3163




Os escritores não morrem, flutuam nos sentidos e nos sentires.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Ana Moderno

# 3112



Impulsionada pelo desejo e pela malícia do sabor, Benta colheu uma enorme e tentadora laranja, encaminhando-se para Bernardo e para a outra laranjeira, da qual ele havia também colhido vistoso e estonteante citrino. Trocaram feericamente entre si aqueles diabolicamente encantados frutos da vida e do conhecimento, convidando-se em recíproca mudez a degustá-los, partilhando em conjunto a proeminente raridade daqueles instantes de edénio prazer em que laranjas, vulva e falo se elucubraram em incomparável e épica irmandade. Descascaram enlevadamente as suas faustosas laranjas à mão e saborearam jubilosamente os seus corpulentos, saborosos e sumarentos gomos como se aquela fosse a derradeira oportunidade de concretizar aquele alaranjado onanismo de mistério e suposição. O desenfreado caudal do sumo libertado por aquela desmedida e túrbida devoção escorria-lhes agora pelos corpos nus abaixo, municiando um aqueduto de deleite e veneração que percorrendo lábios, pescoços, seios, sexos, pernas e pés desaguaria luxuriosamente no chão de terra daquele súbito jardim de perversão incontida, inundando-o de tangível e inexpugnável dissolução.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Cristina Vicente

# 2923




És sempre a madrugada apolínea e sem sono que resgata uma ternura tão jazzy como a doçura desse teu narizinho pérola. Sorris-me no corpo todo. Desadormeces-me como se estas noites pudessem não ter fim.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Ana Leiria

# 2910



Induzes lubricidade nessa tua perenidade feita de mar e terra, sugerindo a sensibilidade da serpente e a nudez do sentir. Adivinho em ti o sabor da maçã, o contundente desígnio do fruto proibido, a morte que silenciosamente me aguarda à beira da praia. Denuncio-me na ínclita cupidez do teu vulcânico olhar, libertando desejo carnal e votos de lava e incêndio. Suicido-me nos despojos do onanismo tecido na fronteira de insensatez do branco de tentação em que seduzes esta minha vontade de buganvília.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: João Oliveira

# 2892



És água, amo-te como quem ama um rio.
Exilo-me no adágio cristalino das sibilinas margens
e tu invades o volátil cântico da fuga até oceanos infinitos.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Diana R. Castro

# 2842




Foi bonito teres lá estado, sempre com aquela aura em volta de ti. E podes acreditar que os poucos minutos em que trocámos olhares e palavras foram mesmo o melhor da noite. Mal tu sabes a descarga eléctrica que assolou a minha alma nos brevíssimos instantes em que a minha mão passou pela tua face. Não existe nada mais lindo que o amor, mesmo com o Antichrist Superstar como música de fundo.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Cristina Vicente

# 2740



Reapareces-me sempre que te consigo finalmente esquecer. Enigma progressivo. Memória de um tempo não tão longínquo em que a minha música eras tu. Pacto insubmisso entre a deusa e o diabo, diariamente celebrado a sangue e canções de afeto. Serás sempre aquelas noites iniciadas pelo walking across the sitting-room que diligenciava o nosso desejo e a nossa denegação. Verbo intangível, suicídio eviterno. Princípio de um fim que dissimula navegar na eternidade. Jardim povoado de rosas assaltadas e degraus de areia desvanecida. Pulverização de uma morte adiada. Beleza crua.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Vilma Serrano

# 2673



Instante sol em ano inverno. Palato mel, credo misterioso em noite de trevas. Espirituoso epílogo, prelúdio de nova melodia que será novamente estio: um novo canto da terra no travo insólito desta insónia mahleriana. Fé no dia vigente nascido da embriaguez platónica do beijo furtado a este desassossego. Prenúncio de vida.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Ana Leiria

# 2671



- Tão, tão, tão tão tão...
- Tão tão tão,tão bom!...

Texto: João Alberto Vasco
Foto: Cristina Graça

# 2619




Quem me dera ser a tua gatinha e estar quase sempre sentada ao teu colo a ronronar, muito levemente... Quem me dera ser a tua gatinha e estar quase sempre a sentir as tuas mãos fazerem-me festinhas, tão doces como o teu sorriso... Quem me dera ser a tua gatinha e estar quase sempre a beber o leitinho que lhe pões naquela tigela... Quem me dera ser a tua gatinha e lamber-te os dedos e as mãos depois de me encheres um pratinho de Whiskas...

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Ana Moderno

# 2577



Tantas vezes sucumbi na libertária negritude da tatuagem do teu peito que acabei por esquecer o que sempre entendi celebrar. Recordo apenas a incorpórea imensidão voluptuosa do teu olhar azul impelindo-me a mergulhar sem rede no palpitante pulsar que nos fuzilava naqueles épicos instantes em que éramos vórtice e precipício. Esgotámo-nos felizes naquele abismo de ódio e paixão libertando sem dor o patético vulcão que pulverizámos. Sem gelo e sem vírgulas. Apenas inícios sem fim.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Crow Xposure 

# 2562




Sonhei-te e eras a manhã,
um oceano de sedução e cerejas.
Existes e és o mar.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: Ana Leiria