# 2910



Induzes lubricidade nessa tua perenidade feita de mar e terra, sugerindo a sensibilidade da serpente e a nudez do sentir. Adivinho em ti o sabor da maçã, o contundente desígnio do fruto proibido, a morte que silenciosamente me aguarda à beira da praia. Denuncio-me na ínclita cupidez do teu vulcânico olhar, libertando desejo carnal e votos de lava e incêndio. Suicido-me nos despojos do onanismo tecido na fronteira de insensatez do branco de tentação em que seduzes esta minha vontade de buganvília.

Texto: José Alberto Vasco
Foto: João Oliveira

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