# 4452
Os dias são uma abjecção
Sem ti, os dias são uma abjecção
Onde o silêncio corrói como ferrugem
Arritmia… demasiadas vezes
Pânico. Dói-me o sangue
Nesse lugar mais à esquerda
Faltas-me e sinto-me desmembrado
Nunca me foste corpo
Sempre olhar e odor cítrico
Sou fantasma à beira da estrada
Pendurado de um ramo de árvore
Com três maçãs na mão
Sem te as entregar
Porque sim e porque não
Ao arrepio, chegam-me as falas de animais
Os corvos, os milhafres, as rolas, as cadelas, as cabras
Os pardais de telhado pela manhã
(que quero como se teus beijos fossem)
Mal durmo. Não te sonho a dormir.
Mal acordado. Sonho-te todos os minutos.
The days are an abjection
Without you, the days are an abjection
Where silence corrodes like rust
Arrhythmia... too often
Panic. My blood aches
In that place to the left
You miss on me and I feel dismembered
You were never body in me
Always gaze and citrus scented
I'm a ghost by the road
Hanging from a tree branch
With three apples in my hand
Without giving them to you
For no reason and for all reasons
Against the flow, the words of animals come to me
Crows, kites, doves, bitches, goats
The sparrows on the roof in the morning
(which I want as if they were your kisses)
I hardly sleep. I don't dream of you.
Barely awake. I dream of you every minute.
Texto | Text: José Manuel
Fotografia | Photography: Anna Monica Rigon
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