"tesouro
nunca te falei da caixinha dos sonhos.
assim desta forma: tenho uma caixinha dos sonhos. talvez isso não se diga dessa maneira, que quando as coisas se dizem assim, em corrido, de voz, e com as letras todas tal e qual, ficam circunscritas às linhas do factual. dita dessa forma, a caixinha aterraria na dimensão humana e perderia qualquer coisa da sua essência, que é aquele intrincado feito de acontecer, verdade do mundo, magia e histórias com borboletas. tudo misturado, com sabor indefinido, mas a saber bem e a saber-se que é de um bonito inexplicável. até porque a caixinha dos sonhos não guarda só desejos, ou não guarda apenas sonhos-desejos por acontecer ou conquistas por fazer; a caixinha também guarda aqueles pedacinhos do amor que luzem sempre - sempre! mesmo quando sinto frio - e penduram bailarinas nas meninas dos olhos."
Texto: Isabel Pires
Foto: Peter A. Gilbert
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