# 1703



"Espreito à janela todos os dias. Observo-te a dormir. A tua respiração parece mais tranquila do que quando partilhávamos o mesmo leito.
Esta noite, espreito-te de novo. O vidro está baço. Revestiste o quarto com plástico. Vais pintá-lo?
Não, entra.
Posso mesmo entrar?
Entra e deita-te.
Em cima do plástico não é agradável, mas quero tanto dormir ao teu lado e deito-me.
Deixo-te amarrar as mãos e os pés do meu corpo. Sinto-me feliz por, finalmente, te renderes à minha fantasia sexual, apesar de não envolver plástico. 
Estás pronto?
Digo que sim, tal como o meu membro o dissera muito antes da minha boca.
Ótimo. Acabei de ver o Dexter."

Texto: Sandrine Cordeiro
Foto: Tânia João

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