# 1528



"Imagino-nos assim. No chão; num chão, qualquer. Deitados um sobre o outro, qualquer chão nos servirá. Consigo ouvir-te. Melhor, consigo ouvir o teu coração. Batimento cardíaco desordenado; Revolução. Nossos corpos, exaustos, cedem um ao outro, calor. Sorrimos, em silêncio. As palavras, ali, nada acrescentam, ao assombro do que fomos minutos antes. Somos, também ali, escombros de tudo o que vivemos e assim nos oferecemos, um ao outro. Imagino-nos assim. Um dia. Por que não há-de, entre nós, ser sempre noite."

Texto: Clara Vales
Foto: Frankie Boy

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