"Posso ser nuvem. Posso ser pássaro. Posso ser baloiço. Posso ser árvore. Ou flor. Posso ser onda. Posso ser nevoeiro. Posso ser pingo de chuva. Posso ser laranja. Ou morango. Posso ser lua. Posso ser bicicleta. Posso ser papagaio de papel. Posso ser música. Posso ser lençol a secar ao sol. Posso ser criança a comer uma bola de berlim. Posso ser mesa de piquenique. Posso ser livro esquecido num banco de jardim. Posso ser balão amarelo pousado na relva verde. Ou na brancura da montanha. Posso ser tudo, porque tenho janelas e através delas tudo vem até mim. Ou eu vou até tudo. (Pensa a casa.)"
Texto: Paulo Kellerman
Foto: Teresa Bret Afonso
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