Reapareces-me sempre que te consigo finalmente esquecer. Enigma progressivo. Memória de um tempo não tão longínquo em que a minha música eras tu. Pacto insubmisso entre a deusa e o diabo, diariamente celebrado a sangue e canções de afeto. Serás sempre aquelas noites iniciadas pelo walking across the sitting-room que diligenciava o nosso desejo e a nossa denegação. Verbo intangível, suicídio eviterno. Princípio de um fim que dissimula navegar na eternidade. Jardim povoado de rosas assaltadas e degraus de areia desvanecida. Pulverização de uma morte adiada. Beleza crua.
Texto: José Alberto Vasco
Foto: Vilma Serrano
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