fotografar palavras
(transformar palavra em fotografia)
# 3386
Serão os sonhos recordações ou profecias? Será desejo ou apenas delírio este sonho que sinto?
Texto: Renata Barbosa
Fotografia: Vilma Serrano
# 3383
Sem sombra de dúvida
Caminhar parece fácil. Afinal, para andar, basta pôr um pé à frente do outro. Direito, esquerdo, direito, esquerdo. Com o tempo, é -nos tão natural que nos esquecemos de tudo o que envolve e implica: equilíbrio; ritmo; coordenação; direcção.
Esquecemos-nos de ter medo. Medo de tropeçar, de cair, de nos magoarmos. Porque recomeçar é simples. Basta pôr um pé à frente do outro. Direito, esquerdo, direito, esquerdo. Ir, e confiar.
Texto: A Escriturária
Fotografia: Vanda Cristina
# 3381
Faz a pergunta.
A resposta é menos importante. É mutável.
A pergunta é o caminho.
A busca.
Quando tiveres a resposta para tudo, chegaste ao fim.
Texto: Inês Henriques
Fotografia: Teresa Bret Afonso
# 3380
Andava pelo edifício a deambular palavras, há quem cante, quem fale sozinho, ele passeava poemas, tinha pegado ao colo as dores de outrem, os amores de alguém, sussurrava histórias ao chão.
Texto: Sara Viscondessa
Fotografia: Ana Leiria
Texto: Sara Viscondessa
Fotografia: Ana Leiria
# 3378
Onde tens estado tu, que nunca mais te vi?
Eu estou aqui, perdido no tempo.
Texto: Maria João Faísca
Fotografia: Francisco Válga
# 3377
À FLOR DA PELE
Um amanhecer à flor da pele
uma flor do avesso
não é vida fresca, começo,
é a vida tal como é:
fim e recomeço.
Texto: Maria Ervilha
Fotografia: Diana R. Castro
# 3375
Nem me viram. Passaram a rir, provavelmente a caminho de uma sala quente onde beberão chá. Passaram e nem me viram. Também eu, já ri e bebi chá.
Texto: Inês Henriques
Fotografia: Maria Jorge Soares
# 3374
Será que irei mais ou muito para além da mera finitude física?
Texto: Vítor Vieira
Fotografia: Rah Pha
# 3373
Vivo a promiscuidade das palavras. As quero todas em mim e ao mesmo tempo…
Texto: Samantha Buglione
Fotografia: Ana França
# 3370
tenha eu ânimo
para percorrer tudo o que anseio.
tenha eu força
para cravar os meus passos pelo caminho
e paz para o apreciar.
tenha eu um segundo par de olhos
que me acompanhe e descubra o que se esconde de mim.
tenha eu tempo
para te dar a mão, cruzar o teu olhar e perder-me no teu sorriso.
tenha eu vagar
para sentir o vento e a luz do sol a depositarem-se em nós,
enquanto deambulamos pela estrada sem destino.
tenha eu ânimo.
tenha eu força.
tenha eu tempo.
Texto: Andreia Peixoto
Fotografia: Teresa Marques dos Santos
# 3365
Se me despires, não esqueças de ouvir os murmúrios da floresta.
Sou eu.
Não tu.
O amor e os murmúrios ouvem-se ao contrário.
Texto: Ana Miguel Socorro
Fotografia: Frankie Boy
# 3364
Um dia cortei as cordas, soltei amarras e parti. Nunca mais voltei. Ainda que ninguém saiba que fui.
Texto: Inês Henriques
Fotografia: Ana Gilbert
# 3363
Como conduzes
o teu tempo?
Seduzes ou deixas-te seduzir
pela ideia de que o estás a conduzir?
Não importa como o fazes
a pé, de bicicleta, de carro ou avião
de comboio, de trotineta
ou apenas sentado
numa cadeira quieta.
Como conduzes o teu tempo?
Os teus cabelos brancos dirão
se seguiste com ele de mão dada
ou não.
Texto: Maria Ervilha
Fotografias: Sílvia Bernardino
# 3362
Desejo tanto encontrar o teu sabor, que me perco a sentir todos os outros...
Texto: Catarina Vale
Fotografia: Vanda Cristina
Texto: Catarina Vale
Fotografia: Vanda Cristina
# 3361
Não me deixes levantar as madrugadas sozinha
podemos engolir o orvalho juntos, arredondar o escuro
empurrar muros
e quem sabe, cair em lágrimas
Texto: Vera Carvalho
Vídeo: Maria Augusta
# 3360
Ah se soubessem a Alegria que sinto…Tentariam roubá-la. Não sabendo que a têm guardada numa gaveta.
Texto: Inês Henriques
Fotografia: Cristina Vicente
Texto: Inês Henriques
Fotografia: Cristina Vicente
# 3359
O homem da voz metálica. O homem da voz metálica ouvia-se a falar muito alto. O homem da voz metálica ouvia-se a falar muito alto e estava a dar comigo em doido. O homem da voz metálica ouvia-se a falar muito alto e estava a dar comigo em doido, quando finalmente abri o olho esquerdo . O homem da voz metálica ouvia-se a falar muito alto e estava a dar comigo em doido, quando finalmente abri o olho esquerdo e percebi que estivera a sonhar....
Texto: Vítor Vieira
Fotografia: Ana França
Texto: Vítor Vieira
Fotografia: Ana França
# 3358
Um dia cortei as cordas, soltei amarras e parti. Nunca mais voltei. Ainda que ninguém saiba que fui.
Texto: Inês Henriques
Fotografia: Francisco Válga
# 3357
Ivã
Acordo cedo. Espreguiço, lavo, visto, saio.
A paisagem que desliza pela janela do assento que escolhi, desrespeitando à grande o lugar imposto no bilhete, voa e leva-me ao abraço dele. Choramos, rimos, e descemos novas paisagens esvoaçantes e nervosas. O coração não encontra um ritmo capaz de se suportar, a garganta aperta, as pernas tremem.
Boca fora, vamos articulando disparates. Disparates daqueles que, depois de tantos anos verbalizados em intimidades várias, nos fazem querer, desesperadamente, precisar de estar juntos neste dia.
Chegamos à Quinta. Ameaça de vómito, lágrimas a descompasso, ao quase-ritmo do coração que, entretanto, lá encontrou forma de garantir que o resto do corpo se aguenta à missão. Caralho. Estamos mesmo aqui para isto? Dá-me a mão, o braço... dá-me o teu corpo, que o meu não está a saber fazer isto.
Percorremos o caminho: laranjeiras à esquerda, cultivo à direita. Tudo certo. Nada no sítio. Nunca mais nada será igual aqui em baixo.
Texto: Vilma Duarte
Fotografia: Sílvia Bernardino
Acordo cedo. Espreguiço, lavo, visto, saio.
A paisagem que desliza pela janela do assento que escolhi, desrespeitando à grande o lugar imposto no bilhete, voa e leva-me ao abraço dele. Choramos, rimos, e descemos novas paisagens esvoaçantes e nervosas. O coração não encontra um ritmo capaz de se suportar, a garganta aperta, as pernas tremem.
Boca fora, vamos articulando disparates. Disparates daqueles que, depois de tantos anos verbalizados em intimidades várias, nos fazem querer, desesperadamente, precisar de estar juntos neste dia.
Chegamos à Quinta. Ameaça de vómito, lágrimas a descompasso, ao quase-ritmo do coração que, entretanto, lá encontrou forma de garantir que o resto do corpo se aguenta à missão. Caralho. Estamos mesmo aqui para isto? Dá-me a mão, o braço... dá-me o teu corpo, que o meu não está a saber fazer isto.
Percorremos o caminho: laranjeiras à esquerda, cultivo à direita. Tudo certo. Nada no sítio. Nunca mais nada será igual aqui em baixo.
Texto: Vilma Duarte
Fotografia: Sílvia Bernardino
# 3356
Entre mim, à minha frente e atrás, há alguém que me reconhece em todos os lados. Sussurra-me ao ouvido as incongruências da intimidade.
Texto: Ana Miguel Socorro
Fotografia: Peter A. Gilbert
Texto: Ana Miguel Socorro
Fotografia: Peter A. Gilbert
# 3355
Algumas gotas de chuva, só algumas, tocam-me e inundam-me de saudades.
Texto: Sandra Francisco
Fotografia: Teresa David
# 3354
De olhos fechados lembro de um sonho que já foi criança.
Texto: Lorena Kim Richter
Fotografia: Mariana Costa
# 3353
Dentro de mim permanece a minha liberdade,
Intensa e caótica.
Em ebulição permanente,
À procura de uma janela.
Texto: Paulo Kellerman
Fotografia: Carla de Sousa
# 3352
Dizes que o teu corpo é como um museu onde guardas a tua vida.
Porquê guardar?
Texto: Paulo Kellerman
Fotografia: Sónia Silva
# 3349
Perfume de flor
beleza que envelhece
sem amargura, ressentimento ou dor.
É vida que se viveu
flor que se cheirou
propósito que não se esquece.
É perfume de flor
que nunca esmorece.
Texto: Maria Ervilha
Fotografia: Cristina Vicente
# 3347
há uma inquietação imprecisa na espera de ti
um desassossego que me cativa e encanta
e apazigua
pelo enlaçado de bulício interior e murmúrio de mar
Texto: Isabel Pires
Fotografia: João Oliveira
# 3346
Eu não tenho saudades das ruas,
Tenho saudades tuas nas ruas.
Texto: Mariana Costa
Fotografia: Mário Teixeira
# 3345
Há chuva dentro de nós. Na água que o mundo tem há uma réstia que nos pertence. Escondida na fonte de um coração amolecido. No brilho dos olhos. Nas palavras de uma voz que ri e que chora. Que ela caia como veludo. Que dilua a matéria que nos consome. Que nos traga alívio. É por isso que a chuva vem. É para isso que a chuva serve.
Texto: Ana Miguel Socorro
Fotografia: Mariana Costa
# 3344
O dia jorrou as suas virtudes e incongruências matinais. Esperavam-se alegria e vontades; os casos e os acasos. Um regular dia. No seu costumeiro modo de jorrar vida.
Texto: Ana Miguel Socorro
Fotografia: Teresa David
# 3341
Até a alma mais livre precisa de um "colo" para se prender.
Texto: Jorge Gomes Pereira
Fotografia: João Vasco
# 3340
Vivo a promiscuidade das palavras. As quero todas em mim e ao mesmo tempo…
Texto: Samantha Buglione
Fotografia: Ana Gilbert
# 3339
Nas cumplicidades, os risos acontecem como se o mundo estivesse à espera de os escutar...
Texto: Catarina Vale
Fotografia: Selma Preciosa
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