# 2764




[rendilhada]

Vesti a renda vermelha e frágil.
É fina, macia e moldada às curvas do corpo.
Ninguém a vê. À renda.
Traz sede nos lábios
mas ninguém sabe.
Porque ninguém prova.
A sede é improvável.
Como o meu corpo não é meu.
É da renda vermelha que me despes,
quando me reconheces em ti,
nas fragilidades que vestes.

Texto: Andreia Marques
Foto: Carla de Sousa

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