Consegues ver a minha sombra, perguntou ele.
Ela respondeu: Consegues tu ver a minha?
E, no fim, nenhum deles conseguiu ver o que fosse do outro.
Esta incapacidade de cada um entrar no mundo do outro.
E deixar de se sentir o sol.
Um pequeno deus que espera que tudo se reduza a ele próprio.
Num mundo feito de Eus.
Can you see my shadow, he asked.
She answered: Can you see mine?
And, in the end, neither of them could see the other's.
This inability to enter each other's world.
And to stop feeling like the sun.
A little god that expects everything to be reduced to itself.
In a world made of selves.
Texto | Text: Maria João Faísca
Fotografia | Photography: Frankie Boy
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